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Setembro Amarelo: Sintropas conversa com profissional visando prevenção de doenças psíquicas dos trabalhadores

Por 17 de setembro de 2021 Sem comentários

Preocupado com a saúde mental do trabalhador, o Sintropas aproveita a campanha nacional Setembro Amarelo, que é dedicada à prevenção do suicídio, para abordar o assunto e tratar de outras doenças, que podem estar relacionadas ao problema.

Para isto, a entidade sindical conversou com a psicóloga, Amanda Caldeira Piekarski, que, já para iniciar o diálogo, destacou o agravamento das doenças psíquicas devido à pandemia. “A necessidade de manter o isolamento social trouxe muitas preocupações e mudanças nos hábitos. O estresse aumentou por conta disso, e assim proporcionando para o nosso corpo uma situação de estresse crônico, que traz consequências que acabam interferindo diretamente na produtividade”, explicou.

Entre as doenças com maior crescimento nesse período estão a ansiedade e depressão, que, inclusive, já estão no topo da lista dos problemas relacionados à saúde mental. Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) mostram que o Brasil é o  primeiro país da América Latina com maior número de pessoas com depressão, totalizando 11,5 milhões,  e também lidera a posição quando o assunto é ansiedade, sendo o número 1 no mundo, com cerca de 19 milhões de brasileiros.

Ansiedade e depressão afetam trabalhadores

Ambas as patologias são as que mais afetam os trabalhadores também. As causas para as doenças podem ser variadas, podendo ser desencadeadas do próprio estresse do dia a dia, de problemas familiares, financeiros, traumas, doenças físicas e até mesmo a pressão no ambiente de trabalho.

Ansiedade e quadros de depressão são problemas distintos, mas uma condição pode levar a outra e seus efeitos, dependendo da gravidade, podem afetar gravemente a vida do indivíduo. “Seus efeitos podem ser inúmeros como estresse, ataques de pânico, relações afetivas comprometidas, sentimento constante de medo, solidão, dificuldade para dormir”, relatou a psicóloga Amanda Caldeira Piekarski, em entrevista exclusiva ao Sintropas.

E como consequência ainda mais grave, a pessoa que sofre com esses e outros problemas psíquicos, pode chegar ao extremo de cometer o suicídio. Sendo assim, é fundamental ficar atento aos sinais que indicam que a pessoa pode estar enfrentando um sofrimento mental. “Perda de interesse por atividades, que antes costumavam ser prazerosas, perda ou ganho de peso acentuada, insônia ou excesso de sono, sentimento de culpa ou inutilidade, dificuldade para manter a concentração, entre outros”, destacou a psicóloga.

Sinais de problemas psíquicos

Segundo a profissional, nem sempre a pessoa que possui depressão quer tirar a própria vida. Há fatores considerados de risco como a gravidade do transtorno psíquico apresentado, o uso abusivo de álcool e drogas, acontecimentos pessoais intensos como uma grande perda ou o diagnóstico de alguma doença, e a existência de traumas como abusos.

“A relação entre os transtornos mentais e o suicídio é que a vontade de esquivar-se desses problemas faz com que quem sofre do mal veja na morte uma solução para se livrar disso. Esse tipo de desordem não é visível aos olhos da mesma forma que outros problemas físicos de saúde, mas a angústia resultante do mesmo é tão legítima quanto, a dor é real. Sendo assim, saber como apoiar uma pessoa que está em sofrimento mental é fundamental para que ela não chegue a cometer o ato”, esclareceu.

Ajuda gratuita

O CVV – Centro de Valorização da Vida realiza apoio emocional e prevenção do suicídio, atendendo voluntária e gratuitamente todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo por telefone, email e chat 24 horas todos os dias. Basta ligar 141 ou acessar o site. O Centro também possuem perfis nas redes sociais, busque por CVV.

Confira as demais explicações, sobre o assunto, dadas pela profissional ao Sintropas:

-Quando está na hora de procurar um profissional como psicólogo ou psiquiatra?

Quando há sofrimento psíquico que envolve sintomas como: frequentemente ter um sono sem qualidade, alterações no apetite, dificuldade para desempenhar as atividades diárias, alto nível de estresse e ansiedade, busca por isolamento ou presença de conflitos habituais nos relacionamentos, abuso de substâncias; está na hora de procurar a ajuda de um psiquiatra. Nesse caso, o tratamento com um psicólogo também se torna uma necessidade.

-Como um profissional vai ajudar nesses problemas?

O acompanhamento psicológico é um tratamento e alguns dos benefícios que ele pode proporcionar são: autoconhecimento, aumento da autoconfiança, resolução de conflitos, auxilia na compreensão e responsabilização das próprias emoções e comportamentos, e ajuda a criar relações saudáveis. Ele não tem restrições e é indicado para qualquer pessoa que tenha o desejo de se compreender mais e desenvolver suas habilidades emocionais e relacionais.

-Tem como sozinho conseguir evitar os problemas psíquicos?

Sim, alguns. Mas isso depende da natureza e da intensidade do problema. Os distúrbios psíquicos complicam tanto o corpo quanto a mente e prejudicam a qualidade de vida das pessoas afetadas, por isso o tratamento dos mesmos compreende ajuda profissional e mudança de hábitos. Para que os resultados do tratamento sejam mais eficientes é preciso levar isso a sério.

-Quais são as dicas para evitar ou para amenizar problemas com depressão, ansiedade ou outros psíquicos, antes que se agrave ao ponto de procurar um profissional?

Aqui as dicas são tão simples que é comum não ser dada a devida atenção a elas, mas com certeza todas são muito importantes:

– ter um sono de qualidade

– praticar atividades físicas regularmente

– alimentação saudável

– nutrir relações positivas

– lidar com nossas emoções: boas e ruins, conectar-se a elas sem fugas é um hábito saudável. Reconhecer nossos limites e necessidades do momento, aceitar melhor alguns estados emocionais, compreender que não estamos sempre felizes e dispostos é uma forma de sermos mais gentis e realistas conosco mesmos.

 

 

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