
A partir de fevereiro o Brasil já deve iniciar a imunização contra a dengue. Nesta segunda-feira (15), representantes da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), do Ministério da Saúde, entre outros integrantes de conselhos de saúde participaram de uma reunião para definir parâmetros da imunização.
A vacina contra a dengue será aplicada em duas doses com intervalo de três meses cada, que é o recomendado para a proteção total, ou seja, não haverá doses suficientes para imunizar toda a população. De fevereiro a novembro de 2024, devem ser entregues 5.082 milhões de doses. A previsão é de que crianças e adolescentes sejam priorizadas a princípio. Ainda devem ser definidos quais regiões do país receberão a imunização e demais questões de logísticas.
A notícia de que o Ministério da Saúde incorporou a vacina contra a dengue no Sistema Único de Saúde (SUS) foi divulgada há algumas semanas. O Brasil é o primeiro país do mundo a oferecer o imunizante no sistema público universal.
A incorporação do imunizante foi analisada de forma célere pela Comissão Nacional de Incorporações de Tecnologias no SUS (Conitec) e passou por todas as avaliações da comissão que recomendou a incorporação.
“O Ministério da Saúde avaliou a relação custo-benefício e a questão do acesso, já que em um país como o Brasil é preciso ter uma quantidade de vacinas adequada para o tamanho da nossa população”, explicou a Ministra da Saúde, Nísia Trindade.
A segurança e a eficácia da vacina foram comprovadas por meio de dados técnicos e científicos. O ciclo completo de imunização é atingido com as duas doses e a Qdenga, apresentou nos ensaios clínicos, ter eficácia geral de 80,2% contra a dengue causada por qualquer sorotipo após 12 meses da segunda dose.
A vacina também reduziu as hospitalizações em 90%. Para avaliação de eficácia, imunogenicidade e segurança da vacina Qdenga, ao todo, 18 estudos clínicos (sete estudos de fase 3, seis estudos de fase 2 e cinco estudos de fase 1 com cerca de 27.000 participantes de regiões endêmicas e não endêmicas de dengue, cobrindo uma faixa etária de 1,5 a 60 anos, foram conduzidos.
Atualmente, a Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) desenvolve uma pesquisa sobre os impactos da vacina na cidade de Dourados (MS). Desde 2016, a UFMS acompanha testes com a vacina da dengue para avaliar a eficácia do imunizante.
O novo estudo, coordenado pelo professor e pesquisador Julio Croda, que é um dos especialistas colaboradores da Câmara Técnica de Assessoramento em Imunizações do Ministério da Saúde, tem como expectativa vacinar 150 mil moradores entre 4 e 59 anos do município sul-matogrossense até agosto deste ano. Os resultados sobre a efetividade prática da iniciativa serão conhecidos ao longo dos próximos meses.
Com informações Ministério da Saúde