
O Sintropas tem divulgado diversos materiais neste mês com intuito de auxiliar os trabalhadores a terem uma boa saúde mental, em comemoração ao “Setembro Amarelo”. E o tema em questão será a Síndrome de Burnout, que faz inúmeras vítimas anualmente. O Brasil é o segundo país com mais diagnósticos da síndrome, com 70% da população afetada, perdendo apenas para o Japão, conforme estudos da Isma (International Stress Management Association).
A Síndrome de Burnout, também conhecida como a Síndrome do Esgotamento Profissional, é um distúrbio emocional, é um esgotamento físico resultante de situações de trabalho. Os principais sintomas são: Cansaço mental e físicos excessivos; Insônia; Dificuldade de concentração; Perda de apetite; Irritabilidade e agressividade; Lapsos de memória; Baixa autoestima; Desânimo e apatia; Dores de cabeça e no corpo; Negatividade constante; Sentimentos de derrota, de fracasso e de insegurança; Isolamento social; Pressão alta; Tristeza excessiva.
Você já anda sentindo estes sintomas? Confira a entrevista que o Sintropas fez com a Psicóloga Jennifer Andrieli Pereira Lopes:
A Síndrome de Burnout pode acometer motoristas e cobradores?
A síndrome de Burnout se manifesta especialmente em profissionais que atuam diariamente sob pressão e com responsabilidades constantes, e profissões em que se exige envolvimento interpessoal direto ou indireto. Então sim, os motoristas e cobradores, podem estar sujeitos a um elevado nível de estresse pela exigência técnica e psicológica e isso pode gerar a síndrome de Burnout.
Por que isto acontece?
Esses profissionais precisam ter muito cuidado e atenção nas funções que realizam, e habilidades em concentração, memória, capacidade para tomada de decisões rápidas e percepção visual. Além de algumas condições externas, de alto nível de responsabilidade, que também podem ser geradores de estresse, como: a carga horária de trabalho irregular, insegurança e maior exposição a situações de risco, tanto dos motoristas e cobradores como de seus passageiros que estão sob sua responsabilidade (acidentes, agressões verbais e físicas, assaltos), altos níveis de ruído tanto no veículo como na via; a necessidade de lidar com grande número de passageiros, que nem sempre irão tratá-los com respeito, tornando esse contato muitas vezes conflituoso.
Como estes trabalhadores podem se prevenir desta síndrome?
A prevenção pode se dar com hábitos saudáveis, no sono, alimentação e prática de exercícios físicos e atividades prazerosas. Além da importância de compreender gatilhos que geram estresse, respeitar seus limites e aquilo que não tem controle e ter uma rede de apoio sempre que necessário. É de extrema importância estar atento aos sinais de alerta que o corpo nos dá, e tentar comunicar os superiores acerca desses sinais. É fundamental estabelecer prioridades e organizar a rotina, para conseguir descansar fora do ambiente de trabalho, e assim reduzir os níveis de estresse.
Como saber que está doente?
Os principais sinais de alerta são: Cansaço excessivo ( físico emental) ou falta de energia, dores de cabeça frequentes, alterações no apetite, insônia, dificuldades de concentração, sentimentos de fracasso e insegurança em relação ao trabalho, desesperança, alterações repentinas de humor, isolamento, dores musculares, desconfortos abdominais, e batimentos cardíacos alterados. Além de identificar tensão emocional provocada por condições de trabalho desgastantes, que fazem o indivíduo se sentir frustrado e exausto.
Ao identificar esses sinais é importante procurar um profissional da saúde para realizar o diagnóstico. O profissional geralmente identifica os três principais sintomas: exaustão, despersonalização (falta de sensibilidade e a rigidez ao se comunicar com público), e baixa realização e sensação de capacidade profissional. A partir disso, procura saber se estão relacionados ao trabalho.
Qual é o tratamento?
O tratamento da Síndrome de Burnout é realizado através de psicoterapia, e na maioria das vezes também pode envolver medicamentos (antidepressivos e/ou ansiolíticos), e mudança de hábitos.